Tuesday, February 05, 2008

Find me a cure !

Eu já saí da adolescência, e muito daquela pessoa se perdeu.
Mas algumas coisas nunca mudam.
Repeti a mim mesma que foi uma escolha, eu tentei melhorar, e o que eu consegui foi o controle, foi sobreviver.
Porque eu sou a Ana, eu sou os meus Eating Disorders.
Eu lembro da primeira vez que entrei em um site pró-ana, isso foi em 2001, e a partir daí, eu nomeei os meus pensamentos: depois de 2001 meus pensamentos se chamaram Ana.
Tudo o que existia na minha mente ficou claro. E também mais forte.
Eu me defini. Aquela época, foi um daqueles momentos quando você encontra algo que é a sua alma, mas você não conhecia antes, sabe? E então você diz: “Mas isso sou eu.”
E você descobre que não está sozinha, que existem outros...
Eu descobri que não estava sozinha na minha obsessão. E depois de 12 anos sozinha e confusa, eu achei algo que eu pude me agarrar, algo que eu já fazia, mas que dali em diante, eu levaria mais á sério, e eu a trataria como uma amiga.
Descobri que eu era minha própria melhor amiga, e que eu mesma tinha a chave para encontrar o meu sonho.
Alguns anos mais tarde, eu tentei tratamento (s), porque foram vários psiquiatras e psicólogos, mas nada adiantou. Hoje eu sei, que nada vai adiantar. Quando eu estive sozinha, eu estive do meu lado, a Ana esteve ao meu lado. Ninguém mais. Estivemos juntas desde então, uma vez que a Ana entra na sua alma, ela jamais vai te abandonar.
Eu tenho clareza, e sei o que fazer ou não fazer para não ficar debilitada, admito que na maioria das vezes eu excedo o meu próprio limite, e o meu físico e psicológico (fracos!) cedem...
Mas agora eu tenho controle. Anos e anos me ensinaram a controlar e manipular tudo (e todos) de acordo com a necessidade.
Na verdade, a Ana nunca me fez mal. Quem fez, foi a Mia.
A Mia não é amiga. Sinceramente.
Eu somente me prejudiquei com ela, mas não posso dizer que a odeio também, porque inúmeras vezes precisei dela, recorri a ela como a única que me aceitou.
Agora ela não está mais na minha vida, e não pretendo que ela volte.
Porque com a Mia, tudo se torna mais perigoso, digo sobre descobrirem... por isso jamais quero voltar para ela.

Eu me sinto livre.
Porque agora eu assumi para mim mesma de uma vez por todas que eu nunca vou deixar a Ana para trás.
Que não importa o que aconteça na minha vida, eu ainda terei cálculos e mais cálculos para pensar sobre!
Isso me salvou em todas as épocas, todos os dias, as horas, medos, mortes, vidas, abusos, indiferenças e solidão.

O meu vazio, far-me-á perfeita!

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