Friday, August 29, 2008

Breathe Me

Existe a arte que eu posso usar agora para trazer-me de volta á mim, ainda bem.
Eu não sei o que faria se não soubesse que existem outros assim, completamente sozinhos.
A semana foi longa, o dia foi longo, tudo parece durar uma eternidade, cada segundo, cada palavra em silêncio, mas quando dou por conta, os dias no calendário estão escassos, e falta pouco para mais um final, para a assimilação das novas recordações doloridas que carregarei comigo.
Perdi a consciência do meu problema, já não presto atenção no progresso ou regresso do meu estado.
Refugio-me em um lugar tão perigoso, que ah, se soubessem! Se soubessem aonde estou me escondendo...

Sinto algo chegando.
Um sinal latejando na minha mente, soa como conselhos, e como discussões... um alarme.
Qual é a falha que ainda não foi percebida?
Já não explico qualquer nuance das contradições que me mantêm distante.
E os sonhos? Esqueceram-me as ilusões!
Lembro-me que o amor é o ridículo, e hesito entre tentativas inúteis quanto a disfarçar o quão ridícula sou.

Confesso ter acreditado que com o tempo, eu derrubaria estas paredes...
No entanto, talvez eu nunca mais saia daqui.
Sinto muito em admitir que necessito de ajuda, e que não há como obtê-la, existe um abismo entre qualquer verdade interna e o que eu poderia expôr.

Monday, August 25, 2008

Acid Flowers

Estou com essa ansiedade corrosiva, sentindo que algo vai acontecer;
um parto? ... uma felicidade? um milagre? uma tragédia? uma mudança?
- Uma confissão redentora.

Tenho esperado a tempos nessa estagnação, a energia que cresce em mim, faz com que a luta se torne mais intensa, vital... e sincera.
Senti-me afundando lentamente por 20 anos, e agora é como se tivesse voltado a tona, e respiro outra vez!
- uma vontade de viver que chegou a seu ápice, tão forte que me sufoca!
Fluxo rápido de pensamentos, e desejos, e vontades, e conclusões, hesitante por entre estes dias que me parecem eternos em um silêncio que já não me satisfaz.

Queria compartilhar com ela cada segredo da minha vida, o quanto eu não sei explicar como a essência dela penetra em mim, e o quanto eu gostaria de ser diferente, para que isso não existisse, para que eu pudesse negar - e ao dizer isso, meu coração grita: MENTIRA! ...
Cada sentimento mágico, essas sensações infantis, de que não cresci, que essa alma de criança nunca vai me deixar.
Sinto falta da infância, ... dos campos de sublime olhar que pereceram esquecidos em todos, ... porque eu nunca os consegui abandonar?
... E brincaríamos juntas, por entre as cores que formam nossos contrastes, é o ponto máximo do quente em contraste com o Frio, que já não sei o que me queima... fogo, gelo, luz, ácido...

Sunday, August 24, 2008

um pouco covarde

Queria encontrar a estratégia perfeita!
Ou a carta com as palavras corretas, mas essas palavras eu também não acho.
Um caminho longe desse momento, longe do medo - e então eu confessaria tudo!
Acalmaria a minha euforia, e mesmo o oposto, não mais seria Silêncio.
Ah, eu me envolvo tão fácil!
Existem medicamentos contra essas ilusões baratas, que resisto em usá-los...
Poderia ser mais fácil, mais simples, simples como os outros que não estão perplexos diante das essências.
Ás vezes eu queria escapar dessa espécie de dever heróico, e apenas abraçar uma outra sensibilidade.

Eu tenho sonhado por tanto tempo... e percebido tantas coincidências!
Por que sempre existe essa consciência?
Por que eu vejo mais em você do que deveria?

Mesmo que seja mentira, a esperança é que funcione como uma libertação.
Caso eu encontre uma estratégia... ou palavras...

Saturday, August 09, 2008

a dostoievski's unfinished

Do horror ao meu redor, protejo-me com uma ilusão,
a doença é também a saída, a fuga através do som de emergência.
Luzes vermelhas e amarelas ofuscam meus olhos,
parece-me impossível uma nova adaptação ao mundo...
que um dia foi meu.
Eu observava através de barreiras a vida que um dia desejei,
em sonhos parecia clara e minha,
até que os anos revelaram-me a impossibilidade de possuir algo.

No topo da minha lista - lá estava você - 1º lugar.
A única capaz de sufocar a perplexidade da minha existência,
ao menos em tal época...
Enquanto isso, esquecemos meu nome...
eu, você, eles, todos.
Meu nome ficou num livro. ... Nunca terminado.