Saturday, April 26, 2008

Desequilíbrio moral... á força.

O caminho de casa foi infernal, eu estive com medo o tempo todo, olhava para trás e para os lados para não ter certeza que haviam me seguido. Meus passos faziam barulho demais, eu sempre faço barulho demais. Não falo, porque não gosto, minha voz mente, e eu não gosto de mentiras, me repudia esse ser que mente em mim.
No entanto, me comunico perfeitamente por sons, gestos, expressões, e até por intuição. Até o ser menos desenvolvido em intuição que possa existir, ao meu lado, conseguiria desenvolvê-la, parece-me inconcebível a idéia de que não possam adivinhar-me por inteira! Eu sou tão óbvia...
E eu sou igual a você. Como assim você não consegue me entender?
Não tem nada de errado comigo, o erro está em você.
O erro está em todos que não desenvolvem a percepção de si mesmos.

Agora, questione-se. Eu não lhe peço mais nada. Não me leia, não me entenda, não gosto de mim... mas questione-se! E questione-me, porque eu serei sincera, e já lhe aviso: eu minto. Exatamente. Eu sou sincera porque minto. Se eu não mentisse, a verdade deixaria de existir, e eu seria esse ser mecânico... como eles.
Eles... os que mentem demais.

Cheguei em frente a minha casa, eu precisava entrar. Abri o sombrio portão...
Mas Deus, onde está quem me seguiu? Por favor, que não seja hoje.
Rezei, enquanto corri as chaves rapidamente.
Tarde demais, havia alguém me esperando á porta.

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