Friday, November 07, 2008

the speed of the wind

Há em mim essa alma infantil,
e todas as melhores menininhas do mundo
parecem me fazer companhia nessas noites assustadoras...
Ah, as noites têm me apavorado! São sombras,
flashes, vozes, culpas e gritos gritos gritos!
Há por aqui toda a luz da inocência,
numa imagem de pequena pureza...
Todas as vezes que estou para baixo,
ela vem me dar a mão,
leva-me para dançar e brincar!
Devo temê-la?
Há em mim essa alma de criança,
que soluça o choro de desentendidos,
escondida atrás da mobília e...
Foi pega! Foge outra vez!
Onde estão seus amigos escondidos?
Onde estão seus irmãos?

Posso me encontrar aqui dentro?
Meu corpo me comprime, é tanta angústia,
nada é suficiente, ou real,
vejo clichês em tudo o que faço,
no que sou... me tornei uma estatística?
O que aconteceu com meu orgulho,
com todas as certezas de originalidade,
todo o amor que parecia me fazer única?
Tudo parece vendido, descartado!
Como o meu pranto de tempo tanto,
jogado fora sem pena, sem pensar,
sem demonstrar qualquer respeito pelo meu coração,
meus atos buscam que verdade?
De facto, pareço estar a desejar uma catástrofe,
para que a sobrevivência torne-me mais clara.
Há falta de clareza, e de claridade
nessa personalidade limítrofe, esquizóide.

Há uma nostalgia da Felicidade que sou,
deslocando-se na velocidade de uma brisa,
de uma aura em movimento,
de tudo o que mora além do meu ego,
e que simplesmente existe, sem mapas.
Uma espécie de tesouro lendário...

"Nós nunca nos rendemos perante o que nos é sagrado. Recomeçamos." (Lars Gustafsson)

1 comment:

Mah said...

definitivamente,você têm o dom para escrever ^^
:******