Wednesday, October 22, 2008

Osen Vechna

Pisava delicadamente num cenário alaranjado,
com folhas amarelas, marrons, flores vermelhas,
e como o pôr-do-sol, seus olhos tinham o brilho do descanso.
Uma chuva gelada, um sorriso morno,
de mãos estendidas para o alto.
Girava em seu vestido branco, dançando com as folhas e o vento,
correndo por entre as árvores, machucando-se em troncos ásperos...
O tempo a pegou pelos pulsos e mostrou-lhe aonde ir,
nunca mais foi vista.
Nas histórias contadas em dor, não confiara!
Nem em dias frios e ventos maliciosos.
Disse-me que o Outono era Judas!
Que todos os olhos mentem, quando a ilusão
acreditam-na a Verdade.
Lembraram-se dela como uma selvagem,
corada pelo exercício de desbravar campos,
com espadas e livros.

Todo o caos de seu espírito foi dissolvido
num redemoinho de terra e folhas secas.
Toda a felicidade de sua vida ficou
contida em um sonho de Outono.

Não era uma traição; não houve arrependimentos
era a neve por vir, o adormecido ar cinzento;
era somente o fim, simples e certo.
Seria eternamente Outono,
se não ansiássemos ardentes o Inverno.

1 comment:

Anonymous said...

Lindo, me identifiquei demais.
Você escreve super bem.