Friday, October 24, 2008

cartas: dos que ficaram para trás, presos

Já vêm as novas borboletas...
Batendo asas furiosas, jogam-te ao chão.
Tudo o que vivo fica ridículo um minuto depois.
As portas passam por mim, e então torna-se precioso.
As memórias recentes sempre me dóem tanto,
que prefiro vê-las como crônicas piegas.
Deixe que fiquem perdidas em uma página datada!
Ah, mas se eu supero essa dor de não ter vivido o suficiente,
aquele aroma de passado é tudo o que resta na consciência...
Rodopio pelo corredor empurrando alguns, abraçando outros.
1 milha, 2 milhas, 3 milhas... cadê a faixa de vitória?
Dane-se o cabelo desarrumado.
Dane-se as lentes sujas de areia.
Compromissos? Só sob recomendações urgentes...
Não esqueça óculos, sobretudos, chapéus, lenços.
Todo buraco é válido lá fora,
exceto aquele que cavo escondida aqui dentro.
Sou tímida e desorientada, não quero - não corro - não venço;
analiso os obstáculos que você pula.

Meu rosto por essa paredes demolidas!
Meus pulmões por um pouco de ar!
Minha vida para sair daqui!

4 comments:

Anonymous said...

Como já tinha comentado em outro post seu, você escreve maravilhosamente bem. Continue assim, me surpreende cada dia.

Crash said...

muito obrigada pelos seus comentários. =]
fico feliz que tenha gostado...

Anonymous said...

Escreve muito bem, sabe fazer um economia de texto pra sugerir mais do que foi dito, e a gente enquanto lê, fica pensando..È muito legal, a gente lê e "participa" do que tá sendo lido. Me identifico muito com as suas memórias, elas lembram varios momentos meus.
Tava me lembrando de umas vezes que sinto ter borboletas na boca.Sei que é meio estranho. Ja sentiu isso?Não queria soltá-las, mas também, não conseguia aguentar as cócegas que me faziam.Às vezes elas voltam, aleatorias.

Anonymous said...

Luciane,
Bjs .